domingo, 28 de junho de 2015

Caprinocultura para o Nordeste do Brasil




   Animal feliz e produtivo, é animal criado em condições favoráveis às suas necessidades e aptidões para produzir carne ou leite. 


Origem das raças de caprinos nativos do nordeste

Caravelas


      A partir da segunda viagem de Cristovão Colombo a América, houve um fluxo intenso de animais da Península Ibérica que partia dos portos do sul da Espanha e dos 26 principais portos portugueses, geralmente nessas viagens havia uma parada na ilha da Madeira e ilhas Canárias e daí seguiam os espanhoes com destino as ilhas do Caribe, enquanto os portugueses partiam diretamente as colônias brasileiras. Estas populações foram as percussoras que deram origem as principais raças ou grupos de animais domésticos do Brasil.    A maioria das raças de caprinos do Brasil é criado em regime extensivo, mais de 90% do rebanho nacional encontra-se na região Nordeste do Brasil. Ao longo dos anos, essas raças foram desenvolvendo características de adaptação a ambientes como o semi-árido nordestino, são animais que produzem peles de excelente qualidade, boa produção de carne e leite, compatíveis com o sistema de produção adotado, podendo ser considerados animais de múltipla função.


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Melhoramento Genético 

     
   Visto que não existe uma raça ideal, e sim tipos de animais mais adaptados para cada sistema de produção e regiões, o melhoramento genético se torna uma importante ferramenta no sistema de produção.  Para tanto, é importante explorar as diferenças genéticas entre indivíduos de uma mesma raça, com o intuito de obter animais de alta produção. Ou ainda, juntar características desejáveis de diferentes raças para a sua adaptação em diferentes regiões.
         No Brasil o melhoramento genético busca aumentar a produção de carne e leite, e para tanto busca adaptar os animais às condições ambientais daqui. Com o cuzamento de raças rústicas com raças especializadas em produção de carne ou leite, além do fator climático busca-se o desenvolvimento de resistência do rebanho à doenças. Em resumo é um processo de seleção induzida, onde acasala-se os melhores indivíduos de uma determinada raça (ou de duas raças) para aumentar a frequência dos genes desejáveis, e como decorrência, eliminar as indesejáveis.
     Os critérios de seleção dos melhores indivíduos para o cruzamento pode ser feito através dos caracteres fenotípicos ou através da seleção genotípica. A seleção genotípica é feita através do controle genealógico do rebanho. Os dados de produção dos filhos, de um certo reprodutor ou reprodutora, são comparados aos dos pais. Quando essa diferença é para a melhor, diz-se que o animal é melhorador e portanto a ampliação do seu uso no rebanho vai otimizar os resultados.
Vejamos alguns exemplos de raças exóticas com grande potencial produtivo.

Produção de carne:
Boer 
A raça tem esse nome por ser a palavra alemã que representa carne. Provavelmente é derivada de cabras indígenas africanas com possível contribuição de raças indianas e europeias, no século passado. Quanto ao peso, os machos pesam de 80 a 90 kg e as fêmeas entre 50 e 70 kg
Anglo Nubiano
Originária do cruzamento de raças Africanas com cabras comuns da Inglaterra (principalmente a Zaraibi e a Chitral). Após intenso processo de seleção obter-se um animal com dupla aptidão, ou seja, pode ser direcionado tanto para a produção de corte, como para produção leiteira. As fêmeas pesam de 55 a 65kg enquanto os machos de 70 a 95 kg.

Produção de leite
Saanen
Originária da Suíça, onde é criada principalmente na região do Rio Saanen, Cantões de Berna e Appenzell. Nesses locais a temperatura média anual é de 9,5°C. Sendo assim, a raça apresenta ajuste fisiológico para regiões de clima frio.
     Apresenta alta produção leiteira e persistência da lactação. A fêmea é fértil, e geralmente apresenta dois cabritinhos por gestação. A pelagem é uniformemente branca, mas podem ocorrer pelagem de coloração creme. A produção média de leite varia de 2,5 a 4,9 kg
Parda alpina 
É originária dos Alpes europeus. A raça é de porte médio e bastante rústica. Apresenta como características principais cabeça triangular, orelhas eretas e curtas e porte médio. A fêmea pesa de 50 a 60 kg e o macho 70 a 90kg. A pelagem é parda, variando de claro acinzentado ao vermelho escuro. A produção média de leite varia de 2,0 a 4,0 kg e a lactação têm duração de 240 a 280 dias


     









Escolha de matrizes

Para que as cabras deem muitas crias e essas crias não morram, é necessário que o rebanho seja formado por matrizes que apresentem boa taxa de fertilidade, boa capacidade de produzir leite e boa habilidade materna (capacidade de cuidar bem de suas crias). Ao adquirir cabras para o rebanho, o caprinocultor tem que tomar os seguintes cuidados:
• Verificar se a fêmea apresenta o padrão característico da raça escolhida.
• Observar se apresenta um aspecto bem feminino e dócil ao manejo.
• Procurar saber o histórico reprodutivo da fêmea (se já abortou, se teve retenção de placenta, número de parições e de crias nascidas que já teve), procurando observar também alguma cria sua que esteja no local.
• Não adquirir fêmeas que possuam qualquer tipo de defeito ou doença.
• Observar se os cascos estão sadios (pêlo lustroso é um bom sinal) e se apresenta bons aprumos, com andar firme.
• Observar se a fêmea apresenta bom desenvolvimento corporal, úbere normal e bem formado.
• Comprar fêmeas jovens mas que já tenham parido pelo menos uma vez (marrãs são mais baratas, mas o produtor não permite observar todos esses cuidados mencionados).



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Comércio


O Brasil apesar de deter um rebanho de 6.590.646 cabeças de caprinos, dos quais 93,7% e 48,1%, respectivamente, na Região Nordeste (IBGE, 2002), continua importando peles de caprinos (COELHO, 1999). Mesmo sendo um negócio economicamente rentável (MACEDO et al., 2000; OTTO et al., 1997; WANDER et al., 2002), a produção/oferta de carnes caprina não tem aumentado na mesma proporção da demanda em todo o País (SANTANA, 1999). Estes dados justificam a importância do agronegócio da caprinocultura como estratégia para o desenvolvimento rural, visto que este é uma atividade chave e pode gerar um grande impulso na economia nordestina, caso a sua integração agroindustrial seja adequadamente localizada, conduzida e estimulada.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

As principais raças nativas  
  

 Atualmente, as raças Moxotó e Canindé estão homologadas no Ministério da Agricultura, sendo assim, as principais raças.




Moxotó


   A cabra Moxotó originária do vale do Moxotó em Pernambuco, considerada uma raça caprina de múltipla função (carne, pele e leite). Animal de estatura mediana, pelagem baia ou mais clara, com uma lista negra que se estende do bordo superior do pescoço à base da cauda. Apresenta auréola negra em torno dos olhos e duas listas que descem até a ponta do focinho, geralmente preto.





Canindé


   Originada na Zona do Canindé, no estado do Piauí. As cabras Canindé possuem aptidão leiteira acima da média das cabras nacionais, boa produtora de carne e pele. As características raciais são as seguintes: animais de estatura mediana a grande porte, Pelagem negra, com ventre claro e extremidades escuras pode apresentar em torno dos olhos manchas amarelas ou brancas de onde descem duas listras dessa mesma coloração até a comissura labial, parte distal dos membros e linha dorso lombar de cor clara.  




Assista a um vídeo de um criador de raças de caprinos nativos.





Confira mais sobre essas raças no documento em PDF